No episódio sobre as feridas narcísicas, mergulhamos naquilo que toca o núcleo da nossa identidade. Freud nos mostra que o narcisismo é o primeiro amor voltado a nós mesmos, antes mesmo de qualquer relação com o mundo. Mas esse amor nunca sai ileso, somos atravessados por cortes, decepções e limites que ferem nossa autoimagem. Lacan vai além e lembra que não há como restaurar esse ideal perdido, é justamente na falta que algo de novo pode nascer. A psicanálise, então, não fecha feridas: ela cria passagem. O que parecia apenas dor pode se transformar em caminho para o desejo, para uma nova forma de existir.
No episódio sobre a dissolução do Édipo e a formação das estruturas clínicas, exploramos um ponto decisivo da teoria psicanalítica. Freud mostra que, ao encerrar o drama edípico, a criança se depara com a lei da castração, precisando renunciar ao desejo de ser o objeto exclusivo do amor dos pais. É nesse momento que se abre o caminho para a formação das estruturas: neurose, psicose ou perversão. Lacan retoma esse percurso mostrando que a forma como cada sujeito atravessa (ou não) o Édipo marca a sua relação com o desejo, a lei e o Outro. O fim do Édipo não é apenas um fechamento, mas o alicerce de como cada um se constitui no mundo.
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